Atualizações na íntegra pelo twitter (twitter.com/anselmocunha)

30 de jul. de 2010

Hipocracia

O Molusco esteve por aqui essa semana. Gracioso, comentou sobre obras que muitos governos prometeram concluir e nada fizeram. Chamou a atenção ao comentar a paralisação do túnel da BR-101, em Osório, e a perereca em extinção que ali habitava. Lógicamente trouxe a afilhada, que concorre a sucessão. Nessas épocas os políticos vão aparecendo, falam palavras bonitas, arrumam a cidade, a tornam cada dia melhor, para piorar só depois que as eleições terminarem.

Por agora é bom curtir a segurança propiciada pelos políciais, estão por toda parte nessa época, caminham em duplas pela cidade. Políticos bem humorados sorriem para o povo em comícios e conclusões de obras, obras que finalmente são concluidas, após anos de espera. Ondas de promessa por todos os lados. Tudo parece funcionar perfeitamente. Mas é só esperar que naturalmente ano que vem tudo volta ao normal. Vemos esse mesmo efeito em todas as eleições e nada é feito.

Passado esse periodo, os sorrisos somem, levando junto os policiais das ruas, que agora raramente são vistos. A eficácia de antes na conclusão de obras também some, começam a levar o dobro, triplo, quádruplo do tempo, parece que a ideia aqui é começar uma obra e terminá-la somente nas próximas eleições, e ainda usa-lá para se promover. E todos aqueles eleitores, que antes eram amados e beijados retornam às suas vidas normais, voltam para o descaso. Se esquecem em quem votaram, quais eram as promessas, os motivos pelo qual votaram e também são esquecidos. Todos esquecem da chama apagada pelo pós urna.

A urna é uma espécie de removedor de maquiagem, verniz, que desmascara o candidato após o voto. Tudo é belo antes da urna, mas é só esperar a contagem de votos e vemos quem é quem. Essa revelação acontece ao fim de cada eleição, mas é mascarada novamente ao começo de uma nova, o problema está na falta de memória. Parecemos todos sofrer de amnésia, uma pandemia que nos afeta quando o assunto é política, mais específicamente na escolha de representantes. Prestemos mais atenção no que os candidatos prometem e principalmente em quais promessas já cumpriram. Nada de se comover com discursos e esquecê-los depois. Isso só fácilita a velha política usada por aqui, de belos discursos antes, vazio depois.

23 de jul. de 2010

O circo está no país

Ah, as eleições... Candidatos se alfinetando por todos os lados, se insultando e, quem sabe num futuro próximo, se matando. Não! Matar jamais, perderiam muitos votos caso fosse parar nos jornais. Mas bem que a recauchutada gostaria de fazer encomendas às farc, caso tivesse ligação com eles, como acusa o vice do careca.

Mas essa crônica infelizmente não vai para os presidenciáveis, mas sim para os pequenos, mas não menos ridículos, deputados estaduais e federais. Nessa área vale tudo, um verdadeiro zoológico, a porta dos fundos da política. Em uma rápida pesquisa sobre os candidatos a esses cargos encontrei algumas figuras que não me deixam mentir, como tiririca, tati quebra barraco, mulher pêra, gretchen e até mesmo ex-bbbs.

Criaturas se aproveitando da suposta fama, e da incoerência política, para fazer dinheiro de modo fácil e rápido. Ou você realmente acredita que a gretchen vai fazer algo de útil pelo país? Isso não passaria de motivo para piadas se não fosse a infâmia de alguns eleitores, que certamente votarão nela, prejudicando não só a si mesmo mas também ao resto do povo.

A política por aqui já não anda muito boa, não ajude a piorar. Essas criaturas já são insuportáveis na televisão, pior ainda serão ocupando cargos importantes. Se quiser ser engraçadinho, que seja com seus amigos, em um ambiente apropriado. Não faça do seu voto uma piada.

14 de jul. de 2010

Ensurdecedora vuvuzela brasileira

A copa do mundo já acabou e a África do Sul cumpriu muito bem o seu papel como anfitriã. A simpatia do povo, a amaldiçoada Jabulani e as insuportáveis vuvuzelas tornaram a primeira copa do mundo no continente africano inesquecível. O que faltou no evento foi o bom futebol, este apareceu de forma tímida e nas horas mais inesperadas.

As seleções favoritas, com histórico de vitórias, decepcionaram. Jogos parados e sem graça marcaram suas atuações. A Argentina por exemplo, comandada pelo irreverente Maradona, botou medo nos adversários com uma ótima equipe. Mas logo foi violentamente eliminada pela Alemanha que, por sua vez, foi eliminada em seguida, pela Espanha, considerada fraquíssima pelos críticos, mas que mesmo assim consagrou-se campeã mundial. Incrível? Não para quem assistiu as monótonas partidas.

E a nossa seleção, onde fica nessa história? Derrubada nas quartas pela Holanda, a exemplo do que já foi citado. Mas o destaque brasileiro nessa copa não foi o resultado, nem o time, mas sim o técnico. Dunga foi um marco da nossa seleção nessa copa, com suas roupas extravagantes, sua relação explosiva com a imprensa, e principalmente pelos seus convocados, os quais não foram aprovados por milhões de brasileiros que gritavam aos quatro ventos a expressão: "Dunga burro!"

De fato Dunga não atuou da forma que nós gostariamos, afinal não ganhou o mundial, mas não é sensato chamar de burro alguém que em 60 partidas no comando da seleção perdeu apenas 6, empatou 12 e ganhou o total de 42. Teimoso seria um bom adjetivo para ele, pois não convocou os queridinhos do povo, Neymar, Ganso e Ronaldinho Gaúcho. Mas não devemos esquecer que em 2002 Felipão também foi muito criticado por não ter convocado Romário. Contudo, essa foi a copa dos Davis, não dos Golias. Parabéns à Espanha e voltemos ao trabalho.

28 de mai. de 2010

Nada sensacional

Fico impressionado com os rumos que tomam o jornalismo televisivo em algumas emissoras. Esta área resolveu inovar, e para isso, certas emissoras mandaram seus repórteres para as ruas fazerem ótimos programas de reportagens, como A Liga e Profissão Repórter. Enquanto outras, na tentativa de também evoluir, tirando a bancada apenas diminuiram bruscamente a sua qualidade criando a mais desagradavel, pra não dizer coisa pior, forma de barganhar audiência, o sensacionalismo.

São sempre pessoas irritadas que não suportam ver o povão sofrer que começam a esbravejar de raiva. Gritam, pulam e xingam das formas mais medíocres os suspeitos dos crimes. Não precisam de certeza sobre a informação para sairem berrando aos quatro cantos que se acontecesse com eles fariam justiça com as próprias mãos, gordas e lisas de quem foi criado em apartamento.

Sempre com o mesmo discurso, o discurso que o povo quer ouvir: "Lugar de bandido é na cadeia", "tem que matar um animal desse", "esse sujeito é um canalha"... Qualquer notícia se torna um furo de reportagem nesses programas. A criatura engravatada não precisa de ética, julga sem saber, afinal, é isso que agrada a audiência.

A notícia deveria ser passada de forma imparcial, de forma que o telespectador ouvisse ambos os lados e fizesse suas interpretações. Totalmente o contrario da proposta do programa sensacionalista. Mas esses programas são rentáveis, tem um público-alvo específico, o povo que gosta do que é pré pronto, até mesmo as ideias.

21 de mai. de 2010

Aluga-se

Ainda faltam alguns dias para o inicio da copa do mundo fifa, mas por aqui, desde a quarta-feira de cinzas, não se fala em outra coisa. Internet, rádio e televisão falam no evento sem parar, e foi justamente num desses que vi as adaptações que tiveram de ser feitas na África do Sul para acomodar os milhares de turistas que irão apreciar o evento. Foram gastos milhões em melhorias no transporte, infraestrutura e, principalmente, segurança no país. Sabemos que em 2014 a copa será no Brasil, e por aqui, como será a feita a maquiagem?

Será que conseguirão esconder o tráfico de drogas, a prostituição, a miséria, as enchentes, as pixações, o vandalismo, a corrupção, a violência, a sujeira, os engarrafamentos, as faltas de educação, de estrutura, de responsabilidade, de respeito e de cultura...? Darão um jeito. Maquiarão o país para o mundo não ver o lixo ao qual estamos acostumados. Pelo menos enquanto durar o evento.

Além de muitos turistas, veremos também em 2014, o dinheiro público, o nosso dinheiro público, sendo investido em algo, em vaidade. Afinal, nossos problemas não são urgentes, mais importante é mostrar ao mundo que tudo está bem. Que a grama brasileira é mais verde, e menos amarela, que a dos vizinhos.

Se o país possui dinheiro o suficiente para bancar um evento tão grandioso como uma copa do mundo, então por que não investe essa quantia para primeiro resolver os problemas internos, os problemas básicos. A nossa política internacional está de cabeça para baixo, querem a todo custo a alcunha de país de primeiro mundo, mas para isso não melhoram a qualidade de vida do povo, só os escondem dos olhos do mundo. Pensam que esconder a poeira embaixo do tapete vai resolver alguma coisa. Deprimente.

14 de mai. de 2010

Os lados

Estreou recentemente o programa A liga na Band. Trata-se de um programa de reportagens diferente, onde os repórteres em vez de cobrirem a notícia, a vivenciam. O que mais me chamou a atenção para o programa foi o assunto abordado já em sua primeira edição, o dia-a-dia de moradores de rua. Podemos ver um pouco dos inúmeros absurdos que esses coitados enfrentam diariamente.

Nós, cidadãos comuns, pensamos ter noção do quanto é sofrida a vida dessas pessoas. O programa nos mostrou que não fazemos nem ideia. Em apenas vinte e quatro horas, a equipe de repórteres presenciou cenas de violência, uso de drogas, sujeira, abandono e desprezo. Tudo isso em um dia, entre tantos anos que essas pessoas passam nas ruas.

Além das dificuldades de não ter um teto, essas pessoas sofrem com o desrespeito e o preconceito de outras. A maioria dos entrevistados pelo programa declarou já terem sido vitimas de violência. Covardias como tentativa de atear fogo, agressão física com taco de basebol e moral por parte de seguranças de inúmeros estabelecimentos.

Devemos rever nossos conceitos para com estes, assim entenderemos que aquelas pessoas não estão nas ruas porque querem, mas sim por força do destino. Portanto, são gente como a gente e deve-se, no minimo, respeitá-las. É bom ver que ainda se produz conteúdo de qualidade na nossa tv e péssimo ver que com tantos avanços técnologicos e sociais, ainda se vê pessoas largadas a própria sorte nas ruas. Que bom seria se os políticos vissem A liga.

7 de mai. de 2010

O joio e o trigo

Parabéns leitor não fumante, pois uma pesquisa realizada em Israel comprovou que além de livres desse vício, somos mais inteligentes que os fumantes. Outra pesquisa disse que homens que roncam traem mais suas mulheres. E uma outra, ainda mais sensacional, revela que canhotos vivem menos que destros, que tristeza. São muitas as pesquisas, poucas as certezas. Mas na imprensa tudo se torna verdade.

Ficaria contente caso o resultado da pesquisa sobre os fumantes fosse válido, pois provaria que os não fumantes, como eu, somos mais inteligentes que gênios como o músico John Lennon, o escritor J. R. R. Tolkien e o ator Jack Nicholson, todos fumantes. O cigarro pode ser causador de diversos males à saúde, e até por isso pode-se, de modo infundado, julgar os fumantes como menos inteligentes. Mas lógicamente, a falta ou o excesso de inteligencia não são alterados pela nicotina.

Isso é válido também para os outros resultados, definir traços de uma pessoa apartir de apenas uma característica é uma generalização absurda. Fazendo isso ignoramos toda uma carga subjetiva, todas as vivências, sentimentos e pensamentos dessas pessoas. É como dizer que todo o brasileiro gosta de samba pelo simples fato de ser brasileiro.

Milhares de pesquisas com resultados duvidosos são feitas todos os dias, e as midias as acolhem e divulgam como fatos, apenas por gerarem discussões e produzirem audiência. Não é uma pesquisa qualquer que vai provar o quanto somos mais ou menos inteligentes, quem trai ou é fiel ou quem vive mais ou menos. Cabe a nós separar o real do banal.

30 de abr. de 2010

Em memória do povo

Ontem, em pronunciamento nacional relativo ao dia do trabalhador, nosso presidente lula relatou a ascensão de 31 milhões de brasileiros à classe média. Desejo a estes pequenos alpinistas, boas-vindas e minha sincera esperança de que não se percam em prestações e juros nessa nova fase. Também, segundo Lula, as classes A, B e C constitutem, atualmente, quase 70% da população nacional. Dados relevantes em ano de eleições. Porém, quero dedicar essa crônica aos esquecidos, aos 30% que constituem as classes D e E, aos trabalhadores pobres, à amarga massa.

São estes trabalhadores, que assim como o titã Atlas da mitologia grega, carregam o mundo nos ombros. Atlas sustentando os céus, os trabalhadores o capitalismo. Sem reclamar, sol a sol os peões do mundo erguem shoppings, prédios e hotéis luxuosos, dos quais jamais irão usufruir. Constroem um mundo que não os pertence, depois voltam, calmamente aos seus barracos, ao submundo que sobra a eles.

Há também os que desistem de sofrer. Cansados de esperar pela justiça, alguns desesperados, tentam fazê-la com as próprias mãos. Atacam porém, apenas outras vítimas, os culpados desse espetáculo sombrio estão muito acima, inalcançáveis atrás de palanques.

O dia do trabalhador não deve ser comemorado, deve ser uma data de reflexão ou, até mesmo, luto em nome daqueles que, no mundo todo, sofrem com péssimas condições de trabalho, recebem salários medíocres e nada fazem. Mal sabem que, assim como possuem a capacidade de construir o mundo, possuem também a capacidade de mudá-lo.

23 de abr. de 2010

Tributo imposto

Todos nós sabemos, ou deveriamos saber, que ao comprarmos um produto, seja ele qual for, já vem inserido, em seu valor, um tributo destinado ao governo. Esse tributo é chamado de imposto, e serve como verba para auxiliar os governantes a trazerem melhorias para seu povo. O problema é que isto é apenas a teoria, e no Brasil, a prática é bem diferente.

Aqui, no nosso país, são cobrados valores absurdos de imposto, chegando a, muitas vezes, passar de 50% o valor do produto. Sendo assim, na teoria seria ótimo, já que esse dinheiro deve ser investido em melhorias, teriamos excelentes escolas, estaduais e municipais, com profissionais bem remunerados e infra-estrutura maravilhosa, o transporte público seria impecável e não haveriam problemas de saneamento básico, consequentemente, a qualidade de vida melhoraria. Porém, estamos no Brasil, e essa é apenas a teoria.

O povo, que deveria receber os benefícios do dinheiro investido em impostos, o ve apenas em jornais, quando estes divulgam mais um escândalo dos governantes como mensalões, lavagem de dinheiro e subornos. Escândalos patrocinados pelo dinheiro público, eis ai o destino dos impostos brasileiros, eis ai a prática.

Pouco se fala desses impostos, raramente falam sobre como seriam os preços caso fosse descontado esse tributo. E até mesmo quando noticiam escândalos de corrupção com dinheiro público, como no caso Arruda, parecem abafar que aquele dinheiro, colocado na cueca, deveria estar nos nossos bolsos, bolsos do povo brasileiro.

16 de abr. de 2010

Menino homem

Não é fácil, hoje em dia, ver crianças brincando nas ruas, não só nas ruas, é difícil vê-las brincando em qualquer lugar. E, afinal, onde estão as crianças? A resposta é simples, estão na frente da televisão ou, pior ainda, nos shoppings. Já não são mais crianças, são novos consumidores.

O capitalismo, dito selvagem, já não poupa mais nem nossas próles. As crianças não querem mais brincar, brincar é coisa de criança, elas querem ser como os adultos, melhor, querem consumir como os adultos. Maquiagens, video-games, roupas, celulares e tantos outros itens estão substituindo os brinquedos, tão normais nessa fase da vida. E as empresas vão ao delírio, afinal, mais consumidores, mais dinheiro.

Reparem vocês nas propagandas de produtos infantis, raramente há alguém brincando, são sempre crianças interpretando adultos, crianças convencendo crianças de que infância é coisa do passado, cafonice de gente velha, e que o legal agora é ter a botinha da barbie, não mais a boneca.

A minha dúvida, caro leitor, é quanto ao que os pais dessas crianças devem fazer para protegê-las. Trancá-las no porão, onde não há influências externas, ou conversar, como adultos, e adaptá-las ao caos do nosso tempo. Conversar, sem dúvidas, é mais humano.

12 de abr. de 2010

A Europa (ainda) é aqui

Nessa semana o meu tão adorado inverno havia voltado, mas, infelizmente, já se foi. Talvez tenha ido até o hemisfério norte despedir-se da Europa, Estados Unidos, Japão. Afinal, não deve ser fácil, nem mesmo para o inverno, sair das metrópoles e voltar para a inocente colônia, Brasil.

Inocente Brasil, primeiro era o escambo, foi-se o ouro e o pau-brasil. Mas agora os tempos são outros, o inocente tem poder, tem voz ativa. A colônia, também conhecida como terceiro mundo, ganhou até um nome mais requintado, país em desenvolvimento. No entanto, o quilo da laranja aqui vendida a um real, continua sendo revendida, aqui mesmo, por cinco reais, em forma de suco de caixinha, caixinha do primeiro mundo.

O norte sempre será melhor, nos filmes, nas músicas, nos carros, em tudo. E nós, desgraçados brasileiros, continuemos de braços cruzados, esperando que caiam do céu melhorias em nossa educação, honestidade na política e sucos em caixa por um preço justo.

5 de abr. de 2010

Pânico na política

Não é de hoje que o programa pânico na tv tem atingido altos níveis de audiência nos domingos a noite. Com seu humor escrachado e mulheres semi-nuas, uma combinação simples, mas de efeito significativo, o programa está batendo um dos trunfos da rede globo, o fantástico, e até mesmo o todo poderoso do sbt, Silvio Santos.

Toda essa audiência desperta os sentidos de quem procura seus quinze minutos de fama, já que o programa dá brechas para esse tipo de auto promoção. Como no caso do já esquecido "humorista" Zina, que ganhou os quinze minutos e também uma casa. Mas o que me deixa pasmo é o modo como pessoas públicas, como políticos, se expõem ao ridículo para conseguir mais popularidade através do programa. Nas últimas edições, foi anunciado o início de uma espécie de corrida, para ver qual dos candidatos à presidência, a petista ou o tucano, vai se expor ao ridículo primeiro, dançando o rebolation, em busca de votos desinformados, que são facilmente atraídos por banalidades como essa.

O problema não está no político, ou seja lá quem for, fazendo macaquices para conseguir popularidade, mas sim no cidadão que muda seu voto por coisas absurdas como essa. Fazer banalidades em rede nacional para adquirir admiração não é sinonimo de competência presidencial, é apenas um reflexo de um povo que não sabe o valor do seu voto e candidatos espertalhões querendo estes votos desinformados a todo custo.

As eleições estão se aproximando, mas ainda tem muitos domingos de pânico pela frente. Pense antes de votar, analise muito bem seus candidatos antes de apertar a tecla verde. Não troque seu voto por sorrisos falsos e vexames em rede nacional, isso não é sinal de honestidade, muito menos de compromisso.

31 de mar. de 2010

Pasárgada

Fui, no último fim de semana, à exposição Eu, Porto Alegre, que vai até dia 4 de abril e é realizada gratuitamente na usina do gasômetro. Este evento mostra alguns dos planos do governo para melhorias na capital, como saneamento básico, iluminação e abertura de novos pontos comerciais em diferentes localidades da cidade. Assim como na úsina do gasômetro, vários outros locais de Porto Alegre recebem atrações culturais e de lazer de forma totalmente gratuíta, mas são pouco frequentados.

Não sei ao certo se o que falta para atrair maior público é a pouca divulgação ou o desinteresse das pessoas, sei apenas que ao visitar eventos desse tipo, além de conhecer mais do que tua cidade tem a oferecer, ficará vislumbrado com a beleza dos mesmos. As estruturas são milimetricamente perfeitas e ricamente detalhadas, sem pecar em nada. Com certeza é um passeio totalmente diferente do que estamos acostumados.

Temos tantos eventos como esse em nossa cidade, como no anfiteatro pôr-do-sol onde são feitos muitos shows de bandas gaúchas, nacionais e até mesmo internacionais, a Bienal, que ocorre em vários pontos da cidade, levando a arte aos moradores, a feira do livro, na praça da alfândega, aproximando autores de seus leitores, e tantos outros que ocorrem em nossa Porto Alegre. E o melhor, todos os citados são gratuítos.

Fique de olho nas programações destes e de outros eventos e procure visitá-los, além de muito prazerosos, podem ser um passeio difrente para sair da rotina em um fim de semana. Então, convido a ti, leitor do IMO, a conhecer um pouco mais do que tua cidade tem a oferecer.

24 de mar. de 2010

Suspense passageiro

Está previsto para o inverno de 2010 o retorno de algo que estava muito famoso na mesma época do ano passado, a tão falada gripe suína, atualmente chamada de gripe A, H1N1. Doença esta que além de perigosa se tornou absurdamente mais contagiosa na boca do povo, o que acabou gerando mais um monstro.

Estes fatos, que aparecem todos os anos nas televisões do país e ganham repercussão excessiva, são os monstros. Como foi o caso da Geyse e sua microssaia, a já citada gripe suína e seu super poder de contaminação, o aquecimento global e o fim da água potável no planeta, e inúmeros outros casos em que uma notícia corriqueira tomou proporções exageradas.

A gripe suína existe, é perigosa e pode levar a morte, o aquecimento global está ai, derretendo nossas geleiras, mas devemos apenas tentar evitá-los, não deixar de viver por causa deles. Durante o auge do aquecimento global na mídia, as pessoas achavam que a água potável não duraria mais que 10 anos, recebi vários e-mails fazendo previsões catastróficas sobre o fim da mesma. Essas notícias passaram como furacões, trazendo medo à sociedade e pouco depois foram deixadas de lado, como se não passassem de brincadeira de crianças.

Acho que depois de tantos casos parecidos, em que tanto suspense é jogado no ar, deveríamos acordar e não aceitar a informação pronta, deveriamos analizá-las mais friamente para não criar uma sensação de pânico em vão. Pois se estes monstros fossem realmente dignos de tanto alarde, seriam lembrados por muitos e muitos anos, até que se arranjasse uma solução definitiva. Porém são citados somente enquanto dão audiência.

19 de mar. de 2010

Preso em nome da liberdade

Falta pouco para a estação do sol nos deixar, mas o calor não nos dá trégua. É só dar uma caminhada pela rua, ou permanecer no sol que o verão mostra que mesmo próximo a sua partida continua forte. Eu, como bom amante do frio, espero ansiosamente pelo nosso inverno gaúcho. Não vejo a hora de tirar do armário os pesados casacos e curtir as frias tardes de domingo no parque da redenção. Há, porém, quem diga que o parque não é mais seguro, quando na verdade, nunca foi seguro de fato.

Há pouco tempo, mais precisamente dia 28 de fevereiro, ocorreu um tiroteio entre adolescentes no parque, o que trouxe preocupação a frequentadores do local, e consequentemente me lembrou de uma antiga polêmica entre os porto-alegrenses, o cercamento da redenção.

O cercado fácilitaria o serviço dos policiais, que fazem a segurança do local, a monitorarem as entradas e saídas do parque, diminuindo a criminalidade. Será mais fácil também prevenir vandalismos, como pixação e depredações, o que acabaria valorizando o parque, e trazendo mais novidades pela parte do governo, que deixaria de gastar tanto em manutenções.

Assim como você, caro leitor, gostaria de me sentir mais seguro nos locais que gosto de frequentar, sejam eles públicos ou privados. Creio que com o cercamento do parque aproveitaremos ainda mais as nossas tardes de domingo na nossa tão amada redenção.

13 de mar. de 2010

Amargamassa

Poucas pessoas na atualidade desfrutam do prazer da leitura, por falta de tempo, desinteresse ou descaso, cada vez menos brasileiros mantém esse hábito. O teatro e o cinema apesar dos preços altos, ainda se mantém frequentados por amantes dessas artes. E a música é digna de pena pelo modo como é tratada em nosso país.

Possuímos tantos artistas maravilhosos em nosso Brasil atuando na área da música como Nando Reis, Os Mutantes, os já falecidos Raul Seixas, Cazuza e tantos outros. Porém a mídia divulga apenas criaturas relinchando letras absurdas, sem o menor sentido, que só fazem analogia ao sexo ou a violência, letras sem necessidade de um mínimo de talento para compor. E como muitas pessoas seguem a tv, o rádio e a internet como religião, acreditam que estas criaturas são os verdadeiros talentos.

Podem alegar que gostar dos relinchos é uma questão de gosto, isso é ridículo, só prova o quão forte é a influência da mídia em algumas pessoas. Ontem mesmo li uma entrevista com Beto Callage, dono de uma das maiores agências de publicidade do Brasil, a DCS. A natureza com a qual Beto falava dos sentimentos que inseria nas marcas era incrível, em algumas marcas, de roupa por exemplo, eram imbuídos valores de status, como se a pessoa, por usar aquela marca, se tornasse alguém melhor. E o pior, milhares de pessoas julgam essas informações como verdade absoluta e quem compra a tal roupa acaba tornando-se melhor visto por uma sociedade zumbificada pela mídia.

Não quero que as pessoas comecem a ouvir somente as músicas citadas no post, ou somente o que é contrario a mídia, desejo apenas que elas pensem e façam melhor suas decisões. Quero que reflitam sobre quais são os verdadeiros valores de cada um e os impostos pelos meios que nos envolvem.

4 de mar. de 2010

Democracia?

É do conhecimento dos brasileiros que nesse ano haverão eleições. As programações de tv e rádio serão interrompidas por homens e mulheres que tomarão a palavra para falar dos problemas do governo atual e fazerem promessas suspeitas para o caso de serem eleitos. Promessas essas que são repetidas a cada eleição e que mesmo, na maioria dos casos, não cumpridas por seus declamadores, conquistam a confiança do povo.

Alguns cidadãos realmente interessados não se iludem com promessas vazias, e investigam o passado de seus candidatos a fundo para não desperdiçarem seus votos. Porém, infelizmente, essa é uma parcela mínima da população. O povo está mais interessado nos problemas da moça cadeirante da novela do que no destino de seu país. Pessoas que não se interessam por política deveriam ter o direito de não precisar votar, pois estes eleitores são facilmente iludidos pelas promessas vazias dos candidatos, visto o fato de que não procuram conhecê-los como deveriam.

Se o voto perdesse sua obrigatoriedade, as pessoas que realmente se interessam pelo futuro do Brasil se tornariam a maior parcela dos votantes, e assim, numa reação em cadeia, os políticos com passado sujo não seriam reeleitos, melhorando, com o tempo, o cenário político do país.

27 de fev. de 2010

Mito federal

Todo ano, milhares de estudantes alcançam a tão desejada vaga em alguma das diversas universidades do Brasil. Conquista essa que trará inúmeros benefícios para o crescimento profissional do estudante. Há porém algumas faculdades que se destacam das outras, são essas as universidades federais.

As universidades federais oferecem gratuitamente aos seus alunos muitas outras atividades além da graduação escolhida, como teatro, grupos de estudo, oportunidade de realizar serviços voluntários, artes marciais e muitas outras. Atividades estas que servem para complementar as aulas e integrar os estudantes entre si e com a sociedade.

Mas antes de alcançar esse lugar incrível é necessário estudar para o vestibular, uma prova de seleção comum, porém coberta de mitos que a tornam um verdadeiro "bicho de sete cabeças", fazendo assim com que centenas de estudantes, intimidados com essas histórias, acabem desacreditados de suas capacidades e desleixem seus estudos, o que reduz, e muito, suas chances de ingresso nessas universidades.

Os interessados nas vagas disponibilizadas pelas unidades federais devem estudar muito, só assim verão que os monstros estão apenas em suas cabeças e que a graduação superior gratuita não é inalcançável, apenas exige dedicação. Um bom regresso às aulas a todos.

17 de fev. de 2010

Porto Alegre e o Carnaval

Estranho como a capital gaúcha fica vazia durante o Carnaval, avenidas importantes que estão sempre cheias de veículos e pedestres, como a Av. Farrapos e a Av. Assis Brasil, são ocupadas apenas por moradores de rua, o que dificulta a vida dos pedestres, que se sentem desprotegidos ao caminhar por elas, ajuda também saber que é raro ver uma viatura da polícia nesses locais.

O destino favorito do estado é o litoral, a segurança pública aparentemente segue o fluxo, deixando de lado a capital. É comum vermos viaturas circulando por todos os lados das cidades praianas, isso é bom, mas Porto Alegre também precisa de segurança, tanto quanto as praias.

Toda essa agitação no litoral é ótima, gera lucro à rede hoteleira, casas noturnas e comércio em geral, mas o estado não deve esquecer que tem pessoas que ficam em suas casas na capital ou redondeza, e que essas zonas se tornam ainda mais perigosas nessa época. Deve-se então aumentar o policiamento e não diminuir como está sendo feito, o povo gaúcho exige segurança o ano inteiro.

8 de fev. de 2010

Já começou a farra

O Carnaval ainda nem começou e as grandes empresas já começaram a tirar proveito dele. Ontem, dia 7 de Fevereiro, ocorreu um aumento no custo da passagem nos ônibus que circulam em Porto Alegre e pouco foi comentado em telejornais ou outras mídias quaisquer. Fala-se apenas do Carnaval, uma das mais poderosas armas de distração em massa por aqui, do Big Brother e anúncios de bebidas alcólicas em geral, notícias relevantes como esse aumento, são simplesmente deixadas de lado e esquecidas como se não fizessem a menor diferença.

O aumento é de mais de 6%, mas as pessoas resolvem não se encomodar e seguir o que a televisão e as propagandas de bebidas dizem, divirtam-se enquanto lucramos, mas o que o cidadão não percebe é que aumentam os valores um pouco a cada ano e que 6%, 15 centavos, em apenas uma viagem pode não significar grande coisa mas em duas viagens por dia útil, ida e volta, em um ano somam a quantia de 72R$, dinheiro este que pode fazer muita diferença em uma família carente.

Quanto mais ignorarmos os abusos, maior será o número de ocorrências deste tipo. Tudo começa com o aumento da passagem nos ônibus, depois o aumento da cesta básica e assim por diante. Enquanto não nos levantarmos e reivindicar, os poderosos deitarão e rolarão, esbanjando o nosso suado dinheiro de cada dia.