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30 de jul. de 2010

Hipocracia

O Molusco esteve por aqui essa semana. Gracioso, comentou sobre obras que muitos governos prometeram concluir e nada fizeram. Chamou a atenção ao comentar a paralisação do túnel da BR-101, em Osório, e a perereca em extinção que ali habitava. Lógicamente trouxe a afilhada, que concorre a sucessão. Nessas épocas os políticos vão aparecendo, falam palavras bonitas, arrumam a cidade, a tornam cada dia melhor, para piorar só depois que as eleições terminarem.

Por agora é bom curtir a segurança propiciada pelos políciais, estão por toda parte nessa época, caminham em duplas pela cidade. Políticos bem humorados sorriem para o povo em comícios e conclusões de obras, obras que finalmente são concluidas, após anos de espera. Ondas de promessa por todos os lados. Tudo parece funcionar perfeitamente. Mas é só esperar que naturalmente ano que vem tudo volta ao normal. Vemos esse mesmo efeito em todas as eleições e nada é feito.

Passado esse periodo, os sorrisos somem, levando junto os policiais das ruas, que agora raramente são vistos. A eficácia de antes na conclusão de obras também some, começam a levar o dobro, triplo, quádruplo do tempo, parece que a ideia aqui é começar uma obra e terminá-la somente nas próximas eleições, e ainda usa-lá para se promover. E todos aqueles eleitores, que antes eram amados e beijados retornam às suas vidas normais, voltam para o descaso. Se esquecem em quem votaram, quais eram as promessas, os motivos pelo qual votaram e também são esquecidos. Todos esquecem da chama apagada pelo pós urna.

A urna é uma espécie de removedor de maquiagem, verniz, que desmascara o candidato após o voto. Tudo é belo antes da urna, mas é só esperar a contagem de votos e vemos quem é quem. Essa revelação acontece ao fim de cada eleição, mas é mascarada novamente ao começo de uma nova, o problema está na falta de memória. Parecemos todos sofrer de amnésia, uma pandemia que nos afeta quando o assunto é política, mais específicamente na escolha de representantes. Prestemos mais atenção no que os candidatos prometem e principalmente em quais promessas já cumpriram. Nada de se comover com discursos e esquecê-los depois. Isso só fácilita a velha política usada por aqui, de belos discursos antes, vazio depois.

7 comentários:

  1. Quero aproveitar esse pequeno espaço dedicado às novas opiniões para dividir minha felicidade com todos os leitores. Começo nesse segundo semestre de 2010 a minha tão esperada graduação em jornalismo. Isso certamente refletirá aqui, pois me especializarei na arte de escrever e com certeza tornarei cada vez melhor e mais prazerosa a leitura de minhas crônicas.

    Muito obrigado a todos aqueles que frequentam o blog e contribuem para o crescimento do mesmo.

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  2. Realmente, tempos de eleição são bons nesse ponto. Aqui no bairro tem gente da brigada em todo lado, sempre em duplas, rondando, observando e sorrindo para as pessoas. Até me lembra cena de novela antiga.

    É somente em ano de eleição que a política funciona.

    Parabéns pelos textos e pelo ingresso na faculdade.
    Abraço

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  3. Texto fiel, digno de uma realidade, retrata um povo sem memória. Ou seriam tempos sem memória? Tempos do imediato. Pergunta pertinente. Mas pouco importa. Porque, o texto, revela um detalhe dessa realidade, promiscua. Pois política lembra carnaval, onde tudo se resolve, todos são felizes, porem passa os dias e tudo volta ao normal. E não esqueça, vivemos no país do carnaval. Portanto fica a certeza de pertencermos a toda essa maquinaria política, engrenagem pesada e característica de uma nação sem talho eleitoral, que em 500 anos de história, apenas possui mais ou menos 45 anos de democracia, nas urnas, anos esses, que são descontínuos, afinal fora separados por um interregno de 21 anos, sobre um manto sombrio de uma ditadura militar, no qual pouco, ou, nada contribui para a formação de uma consciência política no país. Digo pouco para ser generoso, pois apenas ensinou, com dor, pequenos setores da sociedade a se organizar e lutar, contra um farol totalitário e de perseguição, que pairou no país nesse tempo. Somos uma nação que nasceu com o Estado chegando a caravelas, fomos Império, quando o mundo se tornava república, no séc. XIX, e, quando chegamos à república, aprendemos a votar com cabresto... Agora o que muda é o encilho, aparece mais "moderninho" e divertido, como se fosse à rainha da informação, com seu véu de imediatismo. Assim se apresenta a dona mídia, 24h por dia na casa de cada cidadão brasileiro. Entretanto, meu comentário é ponto de partida, mero levantamento de tópicos, para pensar a identidade política do Brasil, e não, ponto de chegada, limiar da verdade, que caracteriza a política e suas relações de poder, no seio da sociedade brasileira.

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  4. Infelizmente as pessoas tem um pensamento imediatista... votam naqueles que satisfazem suas necessidades naquele momento. É muito difícil para estas pessoas (que constituem a maior parte dos eleitores) pensar a longo prazo! AS pessoas também são muito individualistas... a consciência da coletividade tem se perdido no tempo e os eleitores votam conforme suas necessidades pessoais, sem refletir em quem estão votando e o que eles farãoi pela sociedade em si... e não para cada um! Ainda bem que existem pessoas inteligentes e esclarecidas como você alertando as pessoas a respeito destes fatos... seus textos estão a cada dia melhores e mais interessantes! parabéns pela conquista da graduação... torço por ti meu amigo!!!

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  5. Realmente é o que acontece, no ano seguinte as eleições tem muitos eleitores que nem lembram mais em quem votaram.parabéns pela conquista do teu curso tão desejado. Bjs!!!

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  6. As pessoas votam mais é por obrigação, ñ estão nem ai p/ as propostas feitas pelos politicos!!
    os politicos fazem promesas q jamais seram cumpridas,e ta tudo bem p/ eles pq o povo nem lembra das promesas feitas...
    só muda os candidatos pq as coisas continuam sempre iguais...



    José Garibal
    *72

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  7. Fico triste ao ler esse post. Não pelo o que tu escreveu, mas por associar as palavras a realidade empírica que nos é apresentada. Eu concordo. Como "arma" contra a corrupção e manipulação da politicagem, opto pela estudo e pelo debate, bem fundamentado e organizado. Não vejo soluções imadiatistas para o caõs de roupagem setutora, mas a longo praze, acredito no poder da informação e transformação social. Essa última capaz de tirar inocentes da alienação e corruptos do palanque.
    abraço,
    Carol.

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