Atualizações na íntegra pelo twitter (twitter.com/anselmocunha)

30 de jul. de 2010

Hipocracia

O Molusco esteve por aqui essa semana. Gracioso, comentou sobre obras que muitos governos prometeram concluir e nada fizeram. Chamou a atenção ao comentar a paralisação do túnel da BR-101, em Osório, e a perereca em extinção que ali habitava. Lógicamente trouxe a afilhada, que concorre a sucessão. Nessas épocas os políticos vão aparecendo, falam palavras bonitas, arrumam a cidade, a tornam cada dia melhor, para piorar só depois que as eleições terminarem.

Por agora é bom curtir a segurança propiciada pelos políciais, estão por toda parte nessa época, caminham em duplas pela cidade. Políticos bem humorados sorriem para o povo em comícios e conclusões de obras, obras que finalmente são concluidas, após anos de espera. Ondas de promessa por todos os lados. Tudo parece funcionar perfeitamente. Mas é só esperar que naturalmente ano que vem tudo volta ao normal. Vemos esse mesmo efeito em todas as eleições e nada é feito.

Passado esse periodo, os sorrisos somem, levando junto os policiais das ruas, que agora raramente são vistos. A eficácia de antes na conclusão de obras também some, começam a levar o dobro, triplo, quádruplo do tempo, parece que a ideia aqui é começar uma obra e terminá-la somente nas próximas eleições, e ainda usa-lá para se promover. E todos aqueles eleitores, que antes eram amados e beijados retornam às suas vidas normais, voltam para o descaso. Se esquecem em quem votaram, quais eram as promessas, os motivos pelo qual votaram e também são esquecidos. Todos esquecem da chama apagada pelo pós urna.

A urna é uma espécie de removedor de maquiagem, verniz, que desmascara o candidato após o voto. Tudo é belo antes da urna, mas é só esperar a contagem de votos e vemos quem é quem. Essa revelação acontece ao fim de cada eleição, mas é mascarada novamente ao começo de uma nova, o problema está na falta de memória. Parecemos todos sofrer de amnésia, uma pandemia que nos afeta quando o assunto é política, mais específicamente na escolha de representantes. Prestemos mais atenção no que os candidatos prometem e principalmente em quais promessas já cumpriram. Nada de se comover com discursos e esquecê-los depois. Isso só fácilita a velha política usada por aqui, de belos discursos antes, vazio depois.

23 de jul. de 2010

O circo está no país

Ah, as eleições... Candidatos se alfinetando por todos os lados, se insultando e, quem sabe num futuro próximo, se matando. Não! Matar jamais, perderiam muitos votos caso fosse parar nos jornais. Mas bem que a recauchutada gostaria de fazer encomendas às farc, caso tivesse ligação com eles, como acusa o vice do careca.

Mas essa crônica infelizmente não vai para os presidenciáveis, mas sim para os pequenos, mas não menos ridículos, deputados estaduais e federais. Nessa área vale tudo, um verdadeiro zoológico, a porta dos fundos da política. Em uma rápida pesquisa sobre os candidatos a esses cargos encontrei algumas figuras que não me deixam mentir, como tiririca, tati quebra barraco, mulher pêra, gretchen e até mesmo ex-bbbs.

Criaturas se aproveitando da suposta fama, e da incoerência política, para fazer dinheiro de modo fácil e rápido. Ou você realmente acredita que a gretchen vai fazer algo de útil pelo país? Isso não passaria de motivo para piadas se não fosse a infâmia de alguns eleitores, que certamente votarão nela, prejudicando não só a si mesmo mas também ao resto do povo.

A política por aqui já não anda muito boa, não ajude a piorar. Essas criaturas já são insuportáveis na televisão, pior ainda serão ocupando cargos importantes. Se quiser ser engraçadinho, que seja com seus amigos, em um ambiente apropriado. Não faça do seu voto uma piada.

14 de jul. de 2010

Ensurdecedora vuvuzela brasileira

A copa do mundo já acabou e a África do Sul cumpriu muito bem o seu papel como anfitriã. A simpatia do povo, a amaldiçoada Jabulani e as insuportáveis vuvuzelas tornaram a primeira copa do mundo no continente africano inesquecível. O que faltou no evento foi o bom futebol, este apareceu de forma tímida e nas horas mais inesperadas.

As seleções favoritas, com histórico de vitórias, decepcionaram. Jogos parados e sem graça marcaram suas atuações. A Argentina por exemplo, comandada pelo irreverente Maradona, botou medo nos adversários com uma ótima equipe. Mas logo foi violentamente eliminada pela Alemanha que, por sua vez, foi eliminada em seguida, pela Espanha, considerada fraquíssima pelos críticos, mas que mesmo assim consagrou-se campeã mundial. Incrível? Não para quem assistiu as monótonas partidas.

E a nossa seleção, onde fica nessa história? Derrubada nas quartas pela Holanda, a exemplo do que já foi citado. Mas o destaque brasileiro nessa copa não foi o resultado, nem o time, mas sim o técnico. Dunga foi um marco da nossa seleção nessa copa, com suas roupas extravagantes, sua relação explosiva com a imprensa, e principalmente pelos seus convocados, os quais não foram aprovados por milhões de brasileiros que gritavam aos quatro ventos a expressão: "Dunga burro!"

De fato Dunga não atuou da forma que nós gostariamos, afinal não ganhou o mundial, mas não é sensato chamar de burro alguém que em 60 partidas no comando da seleção perdeu apenas 6, empatou 12 e ganhou o total de 42. Teimoso seria um bom adjetivo para ele, pois não convocou os queridinhos do povo, Neymar, Ganso e Ronaldinho Gaúcho. Mas não devemos esquecer que em 2002 Felipão também foi muito criticado por não ter convocado Romário. Contudo, essa foi a copa dos Davis, não dos Golias. Parabéns à Espanha e voltemos ao trabalho.