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14 de mai. de 2010

Os lados

Estreou recentemente o programa A liga na Band. Trata-se de um programa de reportagens diferente, onde os repórteres em vez de cobrirem a notícia, a vivenciam. O que mais me chamou a atenção para o programa foi o assunto abordado já em sua primeira edição, o dia-a-dia de moradores de rua. Podemos ver um pouco dos inúmeros absurdos que esses coitados enfrentam diariamente.

Nós, cidadãos comuns, pensamos ter noção do quanto é sofrida a vida dessas pessoas. O programa nos mostrou que não fazemos nem ideia. Em apenas vinte e quatro horas, a equipe de repórteres presenciou cenas de violência, uso de drogas, sujeira, abandono e desprezo. Tudo isso em um dia, entre tantos anos que essas pessoas passam nas ruas.

Além das dificuldades de não ter um teto, essas pessoas sofrem com o desrespeito e o preconceito de outras. A maioria dos entrevistados pelo programa declarou já terem sido vitimas de violência. Covardias como tentativa de atear fogo, agressão física com taco de basebol e moral por parte de seguranças de inúmeros estabelecimentos.

Devemos rever nossos conceitos para com estes, assim entenderemos que aquelas pessoas não estão nas ruas porque querem, mas sim por força do destino. Portanto, são gente como a gente e deve-se, no minimo, respeitá-las. É bom ver que ainda se produz conteúdo de qualidade na nossa tv e péssimo ver que com tantos avanços técnologicos e sociais, ainda se vê pessoas largadas a própria sorte nas ruas. Que bom seria se os políticos vissem A liga.

7 comentários:

  1. Esse programa é fantástico (A liga claro)..
    Vi o primeiro e o segundo episódio e é ótimo.!!
    Realmente essas pessoas realmente sofrem, todos os dias. ;/

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  2. Jornalismo de verdade, mostrando o verdadeiro outro lado das noticias!
    Muitas pessoas passam por um mendigo e olham com nojo, como se não fossem pessoas! Eles não estão lá por que querem, pergunte a qualquer um o que eles fariam se tivessem uma nova oportunidade.
    Ao invés de olhar para essa pessoa com despreso, pare e pense como você se sentiria se lhe olhassem desta forma!
    Esse é um pequeno passo para criarmos uma sociedade melhor!
    Parabéns pelo post

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  3. Hm... Interessante. Irei assistir esse programa, com certeza.
    Fico triste lendo post, ao imaginar cenas que vemos todos os dias, como no poemo "O Bicho", acabomos por nos acostumar com essa tragédia corriqueira e se esquece, muitas vezes, que não são bichos, são seres humanos, como nós. Sofridos, marcados... Como cobrar uma postura "socialmente aceita" de pessoas que nunca tiveram mínima condição de higiene? Que nunca foram abraçadas? O pior: Que são torturadas como animais?
    Momento de reflexão e pesquisa. Se não podemos pegar todas essas pessoas abandonadas e cuidar por nós mesmo, então miremos nas alternativas que nos cabe como cidadão, novamente: o voto consciente. E é claro, a compaixão e respeito por aqueles que passamos todos os dias.

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  4. ah... Parabéns pelo post é claro. Informação bem elaborada e opinião de qualidade, é contigo mesmo!
    desculpa pelos erros, hj foi na correria mesmo! hehe
    abraço!

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  5. Sem mais o que comentar.
    A comentarista Carolina disse tudo:

    O Bicho
    de
    Manuel Bandeira...

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  6. Quatro parágrafos bem estruturados. Ótima redação. O bicho de Manuel Bandeira representa de fato essa, famigerada, realidade bem colocada pelo blog e o programa, que admito não ter conhecimento.

    Só queria fazer uma ressalva na palavra destino, usada, pelo blogueiro, longe de critica. E salientar, que ações humanas resultado da formação econômica e social, na qual vivemos que deram, a essas pessoas, a fortuna da miséria. Uma parcela da sociedade, que leva na sua rotina, marginalizada, o bojo da contradição do modo de produção capitalista. Pois dentro de um contexto global, o desenvolvimento de uns parece proceder do subdesenvolvimento de outros. É a lógica do mercado, onde uns ganham, outros perdem.

    Portanto somos herdeiros de uma estrutura desigual, onde nos restam poucas opções, que passam, por constatar e comentar ou ignorar para não sofrer. Pois por destino, somente, poderia ter sido nosso indivíduo a nascer em tais condições de subsistência, e não aqueles, que as lentes e nossos comentários mostram, com a tentativa de uma conscientização social.

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  7. Muito obrigado a todos que leram e comentaram, são vocês que fazem o IMO continuar vivo.

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